quarta-feira, 15 de julho de 2009

Poliamor... hummmm... que maravilha!!!!

A Carol Castro se deu bem na peça “Dona Flor e seus dois maridos”, com o Marcelo Faria e o Duda Ribeiro...

O chalalá de amor tava muito bom... romântico, ao som do rei Roberto... mas agora tá na hora de colocar uma pimentinha né, senão parece que esse blog não é meu. A vida fica muito monótona sem esse temperinho caliente. E eu, como sou avessa a monotonia, à mesmice e à vida de ameba, curto mesmo é essas pitadas apimentadas na rotina. Quando não dá na vida real, dá na vida cibernética né. Então, vamos discutir um pouquinho sobre POLIAMOR. Discutir em termos, não é mesmo? Pois apesar de inúmeros – quiçá milhares, ainda anonimamente.... hahaha – leitores falarem comigo via msn ou orkut, dando opiniões, poucos se aventuram a deixarem comentários aqui.

Well, o tal do poliamor... a palavra já indica o que é, mas pra quem nunca ouviu falar há um movimento, uma corrente, que prega o amor entre mais de duas pessoas... seria como voltarmos ao movimento hippie, do filme Hair.... quando eu era criança eu vi e ameiii... desde pequena com essas ideias pervertidas mesmo... Mas falando sério, o Wikipédia diz o seguinte: “Poliamor é a tradução livre para a língua portuguesa da palavra inglesa Polyamory que descreve relações interpessoais amorosas que recusam a monogamia como princípio ou necessidade. Por outras palavras, o poliamor, como opção ou modo de vida, defende a possibilidade prática e sustentável de se estar envolvido de modo responsável em relações íntimas, profundas e eventualmente duradouras com vários parceiros simultaneamente.” A pauta foi sugerida pelo Miguelito e ai fui atrás de informações sobre o que era esse movimento. Meu, é muito legal. Porque elimina toda aquela falsidade de nossa sociedade, que hipocritamente aceita os amores nas moitas. “Aceita” em termos né. Porque ninguém chama um homem que tem mais uma mulher de vagabundo. Já a mulher... É por isso que eu achei muito interessante esse movimento, pois os direitos são iguais para ambos os sexos. É um acordo.

“Meu bem, hoje eu vou dormir lá no Mário, mas passo em casa amanhã pra pegar uma roupa antes de ir no João.” ... e o Mário nem vai precisar ter um armário grande não...
“Tudo bem, vou aproveitar e dar uma chegadinha lá na casa da Maria, que não vejo há 3 dias. Tive na Joana, depois na Paula... tá na hora de voltar lá na Maria!”
“É, vai lá, e não esquece de trazer a camisa que tu terá que usar depois de amanhã, naquela reunião.”

O grande problema são os outros. Ahhh, os outros... O que a vizinhança vai falar? Esse é o X da questão. Todo mundo devia ser adepto do poliamor. Ai cada um estaria envolvido com seus múltiplos amores e não teria tempo de fuxicar sobre a vida de ninguém!! Tem uma cena de uma dessas série da Globo, que uma personagem da Andréa Beltrão é procurada por uma amiga, que revela que o marido da Andréa tinha uma amante, e que a levaria para ver com os próprios olhos a sem-vergonhice. Ela saiu meio a contragosto... e pahhh, no meio do caminho a amiga foi atropelada e morta. Ai a Andréa Beltrão disse: “bem feito, quem mandou se meter onde não devia”... e ficou feliz porque não teria que tomar nenhuma atitude contra o marido.... Hahahaha, é cômico, mas é a tal da hipocrisia que eu falava né...

Claro, nós, brasileiros, sabemos e convivemos com a cultura de outros povos, como os muçulmanos. Um homem pode se casar com mais de uma mulher na religião muçulmana, mas não pode se casar com mais de uma mulher legalmente. Só pela religião. Porém, o homem deve dar a todas as suas mulheres o mesmo estilo de vida e atenção. Tudo bem que é uma questão cultural, indiscutível. Mas eu acho injusto. Poxa, por que as mulheres não podem ter mais de um homem também. Seria a perfeição do relacionamento. Então, fui pesquisar sobre isso também. E li num blog uma boa explicação. Entretanto, deixo aqui meu protesto: não concordo, mas aceito... se bem que se um xeique quisesse casar comigo...

Mas vamos lá... é o blog da Maria Chiquinha. Ela explica: “Inúmeras culturas e especificamente a civilização semita já praticavam a poligamia. Assim, vários profetas como Abraão, Jacó, Davi e Salomão tiveram várias esposas.” E aborda justamente essa questão das mulheres terem um homem só, citando uma lenda, ou algo do gênero. “Consta que um grupo de 40 mulheres se juntou e perguntaram a Ali: ‘Por que o islam só permite a poligamia masculina? Não é isso uma discriminação injusta?’ Ali(raa) pediu que trouxessem pequenos copos com água e os entregou a cada uma delas, depois pediu que despejassem os copos com água numa grande bacia que fora colocada no centro da assembléia, então pediu para que cada uma delas pegasse a sua própria água. Elas então perguntaram como aquilo seria possível se as águas tinham-se misturado. Ali(raa) disse-lhes então que se uma mulher tivesse vários maridos mantendo relações sexuais com todos eles como poderia distinguir o pai de cada criança?"

Bem, a gente sabe que podemos saber quem é o pai da criança né?!! Mas tudo bem, respeito, respeito...

Continuemos no poliamor. Na pesquisa que fiz, li algumas coisas bem bacanas. Tem uma matéria da Isto É, em que o repórter cita um exemplo dado pela psicanalista Regina Navarro Lins, que escreveu “A cama na varanda”. Segundo ele, imagine um homem que odeia ópera casado com uma mulher aficionada pela arte. Se ela tiver um segundo parceiro, que a ama e gosta também de ópera, poderá levá-la ao teatro e o que poderia ser um problema estaria resolvido, pelo menos em parte. E o marido teria, em vez de ciúme, felicidade por saber que a pessoa que ama está alegre e sendo bem cuidada por alguém. É assim que pensam os “poliamoristas”.

Também na matéria da revista, o case de uma estudante paulista chamada Kelly, de 23 anos: ela conta que já teve três relacionamentos simultâneos. Amava e era amada pelos três. Dois deles tinham outras relações. O terceiro era adepto da monogamia, mas respeitou sua opção durante quase um ano, até descobrir que não conseguiria manter o relacionamento poliamoroso. Kelly hoje tem um namorado “primário”, com quem está há oito anos, e um “secundário”. O “secundário” tem uma outra mulher, a “primária”, que é monogâmica, mas aceita dividi-lo com Kelly. Complicado? “O essencial é o amor, o resto é tudo discutível”, disse a jovem. E quem será o pai dos filhos, o primário ou o secundário? “Quando for a hora, vou escolher o parceiro mais adequado para ter a criança.”

Que maravilha!!! O movimento pelo poliamor tem outras justificativas também: considerando que uma só pessoa não tem capacidade de complementar a outra em todos os aspectos, e tampouco suprir todas as suas necessidades, os poliamoristas acreditam que seu modo de vida bloqueia aquela busca constante e obsessiva de se encontrar alguém perfeito, reconhecendo as limitações do outro - sendo, portanto, mais sensíveis aos defeitos e diferenças dos parceiros. Além disso, veem que o poliamor rompe aquele medo da solidão, abandono e traição que, segundo eles, é típico de relações monogâmicas. Desta forma, argumentam que sua ótica permite com que os parceiros amorosos sejam mais honestos entre si, sendo a fidelidade encarada como sinônimo de confiança mútua.

Pensa bem: ninguém é perfeito!!! Mas a gente pode ter a perfeição com inúmeros amores: um adora a noite, bares lotados, muito rock e blues. O outro gosta do aconchego da casinha, um bom vinho em frente à lareira, e só. Nada de badalação. O terceiro é aventureiro. Curte mesmo é colocar o pé na estrada. Não seria o ideal de uma felicidade plena? Hummmmm... delícia... tá bemmmm, tá na hora de acordar...


6 comentários:

  1. Pois intaum... eu creio na existência de alguém que pode preencher todos os requisitos para me fazer feliz.
    Não consigo mais pensar nessa utopia de uma pessoa para suprir cada área carente da minha vida.

    Claro que alguns anos atrás, era muito fácil imaginar uma garota para cada etapa do dia.. rsrs

    Com o passar dos anos devemos nos tornar menos complicados e mais virtuosos. E assim estabelecer uma conexão com este ser desconhecido que se chama amor verdadeiro.

    Fábio d´Paula

    ResponderExcluir
  2. Noooosa Mano, que lindo isso! Homem maduro são outros 500!

    Mas olha, ainda tô pagando pra ver alguém preencher todos os 'quesitos'... no máximo a gente acaba tolerando alguns defeitinhos em prol de muitas virtudes... mas pelo visto vou ter que pagar né?!!! Fico muito feliz que alguém já tenha encontrado ou, pelo menos, ainda busque isso, o que demonstra que esse mundo ainda não está perdido!!!!

    Tu é um fofo, merece mesmo uma gata cheia de adjetivos que irão te completar!!

    Beijão

    ResponderExcluir
  3. Como homem,vejo muitos homens(como o Fábio)dizerem coisas como esta:

    "Não consigo mais pensar nessa utopia de uma pessoa para suprir cada área carente da minha vida."

    Lindo! Bonitinho na escrita,na tecla que aceita tudo. Mas admiro aquele que começa dizendo:

    "Assim como eu quero ser livre,lido bem com o fato de minha amada arder nos braços e na intimidade total de outro". Fala aí Fábio! Aí sim vou te considerar "moderno".

    vladimir.fontoura@gmail.com

    ResponderExcluir
  4. Vladimir, obrigada pela participação!! Tava me sentindo quase como o Collor, quando disse: "Não me deixem só, não me abandonem!" Pois então, muita gente acha isso mas não admite... ouvi muito, via msn, de que tanta modernidade é surreal... se todos ao menos reconhecessem que seria bem melhor isso do que a hipocrisia de nossa rotina, já seria um alívio.

    Mas no caso do Fábio, não é só na escrita não, o cabeção anda numa onda tranquila agora... cada um no seu quadrado né?

    Valeu! bj

    ResponderExcluir
  5. Post interessante, Simone. É bom que as dúvidas comecem a surgir: falar sobre o assunto pode resolver alguns problemas na cabeça de muita gente.

    A vida poliamorosa é real e cada vez mais pública. Aí no Brasil, uma menina chamada Charô criou um espaço no Ning (http://poliamorbrasil.ning.com) depois do sucesso do blog que vinha escrevendo (http://poliamor.wordpress.com). Aqui, em Portugal, várias pessoas colaboram num blog que também está a ter muitos leitores (http://polyportugal.blogspot.com). Boas leituras!

    ResponderExcluir
  6. Valeu pela colaboração e interatividade!!! olha... adorei as indicações de leitura... escreverei sobre isso.
    Beijos

    ResponderExcluir