domingo, 2 de maio de 2010

Boi lerdo...

Essas coisas de coração ninguém explica. Nem Freud, nem Jung, nem psicologia barata e nem cartomante nenhuma. Ou a coisa bate, ou não bate. Insistir, quando o negócio não bate mesmo, é só prorrogar um fato: não vai dar certo. Vai dar cacaca. Uma hora a casa cai. E isso não tem nada a ver com o gênero. Seja homem ou mulher, se a criatura não cai de quatro diante de uma relação, é porque não tá afim. Simples. Pode estar querendo passar um tempo, pra não ficar só. Ter alguém pra sair de vez em quando ou fazer um “amorzinho” quando tiver vontade, como diz um amigo.

Mas então... O João tava insistindo com Eva. Mandava flores. Deixava recadinhos em sites de relacionamento e até no famoso meio de comunicação online. Ela, algumas vezes, quando estava de bom humor, respondia que estava muito ocupada, ou com gato, cachorro e papagaio doentes e que não poderia acompanhá-lo nas inúmeras programações sugeridas. Algumas vezes até aceitava. Não tinha mais nada pra fazer mesmo... Outras ocasiões, ignorava. E em outras, perdia qualquer resquício de paciência e partia pra ignorância: “Já disse que não dá!!!” Ele, arrasado, dizia: “Nunca mais procuro essa vaca!” Duas semanas depois, lá estava ele, de novo, dando um “oiiiiiii” mais alegre do que pinto no banhado... mas nada daquele coração de pedra baixar a guarda. Enquanto isso, correndo por fora, Maria Rita tava mais do que se insinuando pro cara. Papos cheios de sorrisinhos, convites meio despretensiosos... O cara, cego por Eva, demorou a perceber que Maria Rita tava muuuito afim.

Numa noite, com a maior dor de cotovelo, depois de ter levado umas belas patadas da vaquinha da Eva, ele resolveu aceitar o convite da amiga. Saíram. Papo vai, papo vem, Maria Rita se debruçava pela mesa e falava junto ao ouvido de João. Sorria, mexia no cabelo, jogava a cabeça pra trás. Direta, sem rodeios, decidiu tomar a iniciativa e tascou um beijo no amigo. Foi o início de uma história. Começaram a se encontrar com freqüência. Mas João não desistiu de Eva. Ela, com TPM contínua, sabia como pisar no cara com salto 10. Ele, muito confuso, não sabia o que fazer. Enquanto que com Maria Rita tudo era suave e doce, com Eva era um turbilhão, um maremoto. Por conta disso, muitas vezes deixava Maria Rita sozinha, sem atenção. Outras vezes seus encontros eram frios, sem afetividade, sem o calor de beijos ardentes.

Até que, cansado de ser humilhado, ignorado e desprezado, João decidiu colocar fim na sádica relação com Eva e dar uma chance, de vez, a Maria Rita. Só que Maria Rita havia cedido às investidas do amigo Roberto, que há muito insistia pra um encontro. E o encontro foi doce, sereno. E ela decidiu colocar fim na sádica relação com João e dar uma chance, de vez, a Roberto.

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