quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Carta de amor se atrasa só 72 anos... ainda bem que agora temos celular e email...

Amanheceu chovendo. Aquela chuvinha que bate no vidro e nos remete a pensamentos longínquos... talvez uma cabaninha em frente ao mar, deitados numa rede... ou a lembranças de algo que nunca aconteceu... ou a imaginação do que possa vir acontecer. Parecia que seria um dia igual a outros chuvosos na cidade de Porto Alegre, que já não está mais gélida, após dias e dias de sol. Mas apenas parecia. Ao acessar a internet para iniciar o trabalho, a primeira notícia que me chama a atenção viria demonstrar que hoje seria um daqueles dias que deixaria de lado aquela minha porção masculina - apontada pelo meu amigo Chico e pelo teste do cérebro - e a sensibilidade feminina tomaria conta das próximas horas ou dias, sei lá. Isso é o que nos dá a complexidade que tanto os homens reclamam. Temos a capacidade de mutação. E isso é ótimo. Não ficamos naquela mesmice insossa... e viva os hormônios!


Bem, tu deve estar pensando qual seria essa notícia. Revelo: “Cartão postal para noiva é entregue com 72 anos de atraso”. Meu, o título já não te remete a um turbilhão de ideias?? Até o mais dos brutos irá parar e criar um romance em sua imaginação. Logo lembrei do livro do Gabriel García Márquez, “O amor nos tempos do cólera”, cujo amor do personagem perpetuou por mais de 50 anos, a espera que sua amada ficasse novamente livre, para então, viverem a plenitude da paixão. O romance marcante da literatura mundial, publicado em 1985, também foi para as telas, narrando a história de Florentino por Firmina. Ele a conhece na adolescência, mas o relacionamento é impedido pelo pai da moçoila, que a manda viver com parentes bem longe da vila onde moravam. Ao retornar, tempos depois, ela se casa com outro. A vida de Florentino, que trabalha numa agência dos Correios ( e ai é o grande link com a notícia que me levou a escrever este post), passa a girar em torno de sua amada, acompanhando sua vida, sonhando com o momento em que ficarão junto. Ele vive vários romances, mas o que quer mesmo é ter sua amada e resolve aguardar que seu rival morra, para que possa, enfim, se casar com seu grande amor. Não é lindo? Surreal, mas, lindo. Essa é a história real dos pais de Gabriel García Márquez e foi ponto de partida para a publicação. Duvido muito que esse amor do século XIX sobrevivesse nos tempos atuais, no qual, a fila realmente anda. Ainda bem.


Outro amor que ficou perpetuado no tempo foi o de Manuela pelo italiano Giuseppe Garibaldi, revelada aos sete cantos pela minissérie da Globo “A Casa das Sete Mulheres”, baseada no romance homônimo da escritora gaúcha Letícia Wierzchowski. A história mescla realidade com ficção e tem como cenário a Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos (1835-1845), que transformou o Rio Grande do Sul num campo de batalha. Manuela, uma das sete mulheres confinadas na solidão do pampa gaúcho, é quem narra a história. Ela se apaixona pelo revolucionário que chega ao Brasil e se hospeda na estância de Ana, irmã de Bento Gonçalves. Mas logo ele vai para a guerra e ela fica nutrindo esse amor, que nunca mais irá se consumar, pois ele se casa com Anita. Mas esqueçamos a narrativa que misturou ficção e não-ficção: Manuela viveu em Pelotas (RS) sem jamais ter se casado e constituído uma família até os 84 anos. Estava à espera de Guiseppe Garibaldi.


E a notícia?? Ta bem, é o seguinte: um cartão postal enviado por um jovem francês à sua noiva que residia em Mônaco levou 72 anos para ser entregue a um membro da família da destinatária, que faleceu há 40 anos. Putz, por que ela não viveu mais 32??? A correspondência, que levou mais de sete décadas para percorrer os cerca de 100 quilômetros que separavam os noivos, foi achada recentemente. O diretor dos Correios de Mônaco acredita que o cartão postal tenha caído atrás de um móvel e ficado por ali décadas, até ser encontrado e colocado no sistema de entregas de correspondências. Mas tem um detalhe: a noiva não se casou com o remetente do cartão, e sim com um carteiro, que, por sua vez, também era filho de carteiro!! Tu acha que essa carta caiu atrás do móvel ou foi jogada ali?? Olha, ética, sedução e conquista não integram o mesmo dicionário ou manual de conduta de muita gente. Eu, pessoalmente, não compactuo de que no amor e na guerra valem todas as armas, mas...

Essa história certamente irá virar filme, mas desde já a gente pode rechear nossa imaginação com o enredo né? Clica e leia a notícia completa do Uol.

6 comentários:

  1. Anônimo2.9.09

    Ainda bem que eu não precisei esperar por uma carta... fui atraz eheheheh
    Ze

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  2. Vérigudi - com diz o blog do meu amigo Marcos Santuário. Atitude... a chave que abre todos os caminhos Ze!!!! Por isso que dizem: boi lerdo toma água suja.. hehe
    Valeu, beijos

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  3. Genaro2.9.09

    Eu entrego pessoalmente, não gosto muito de correio, parece que alguem vai ler.
    Eu acho a carta muito mais legal, para certas ocasiões, do que internet. Exite um romantismo por tras, entrego ao vivo!, eu guardo todas as cartas da ex numa pastinha, guardo com todo cuidado em um lugar seguro. Tem até uma que ela me diz: Sou um grosso, chato e exibido. Uma vez sai para jantar com uma amiga que eu estava querendo um algo a mais com ela, levei uma carta e a entreguei dizendo palavras doces que no final de nossa janta iria levá-la a um local romântico, e lindo etc., um lugar que ficaria na nossa lembrança. Ja levei carta de amor e deixei na caixinha do correio para depois ir pegá-la. Por isto gosto do pessoalmente.

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  4. uiaaa... ainda resta romantismo neste planeta!! melhor salvar esse bichinho, que está em extinção!!
    valeu, bjs

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  5. ou esse carteiro era um safado, ou ainda, quem sabe?? era só um cartão de lembraça de um momento legal, de uma estória q não rolou mais, ia ser brabo mesmo se a querida tivesse ficado solteira ate a morte esperando o principe ai

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  6. óia Gui, já que tô de coraçãozinho mole hoje, eu prefiro pensar que eles tinham uma bela história pela frente e que foi interrompida por um desses incidentes que a vida nos prega.. mas tu tem razão, ainda bem que a fila anda né?
    beijãoooo

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